Como fotografar aves em vôo

Fotografar animais selvagens é um belo de um desafio, fotografar aves em vôo torna a atividade mais desafiante ainda. Depende muito da sorte de estar no lugar certo na hora certa, mas também envolve alguns conceitos técnicos que costumam não variar.

Nesse post vou listar algumas fotos e informações de como foram feitas, com o objetivo de sanar algumas dúvidas que já nos chegaram via e-mail. Espero bastante que ajude quem ler. Então…

Como fotografar aves em vôo:

O primeiro e principal ponto a se atentar é a “Velocidade de Disparo”. Soa óbvio quando vemos a rapidez que as aves voam e manobram no ar. Todas as outras configurações (ISO, Abertura do Diafragma) irão ser setadas priorizando sempre a “Velocidade”.

O quanto de ISO e Abertura usado dependerá sempre do ambiente, mas para “cravar” o foco em uma ave voando é interessante sempre um disparo rápido, 1/1000 ou mais.

O outro ponto importante é a “pontaria”. Como um alvo usamos o visor para enquadrar, focar e clicar. Com DSLRs facilita bem, embora já tenha feito fotos de aves em vôo com minha antiga superzoom SX40, mas no caso a ave estava planando bem alto, o que facilitou o foco.

Uma lente teleobjetiva também se faz necessária, desse mudo se “busca” o bicho evitando ter que cortar/cropar a foto. E entre essas sem dúvida as melhores são as com estabilizador de imagem. Já tive a 70-300mm IS USM que gostei muito, hoje uso uma 100-400mm que também considero uma ótima lente, apesar da versão nova da mesma apresentar melhorias, além de ser mais leve.

Lente leve ajuda muito para quem não usa tripé, que é meu caso. Ainda mais para aves voando, onde quanto maior for a minha mobilidade acho melhor.

Seguem então algumas fotos com exif e breve descrição:

Andorinhas são famosas pela rapidez das manobras, no caso dessa foto um bando circulava na Usina de Jaguara, me sentei e após muitas tentativas consegui essa imagem. A dica para fotografar aves em bando é simples, foque em uma e acompanhe ela até conseguir o clique. A regra é não desistir.

Aves planadoras são as mais fáceis de fotografar, são mais lentas porém costumam voar mais alto. Esse gaivotão estava num bando gigante sobrevoando um lago em Ubatuba e acabaram descendo para nossa alegria. Como estavam mais longe usei o máximo da minha lente (400mm) e ainda cropei depois. O disparo rápido e pontaria garantem o foco, que ajuda na hora de cortar a imagem.

Foto feita nos comedouros da Trilha dos Tucanos, bebedouros ajudam pois definem um caminho/destino para a ave, apesar da rapidez do vôo de beija-flores com paciência e dedicação se conseguem boas imagens. Notando que nesse caso a velocidade não estava tão rápida pois aproveitei do fato dessas aves “pararem” no ar. Sempre bom lembrar que como em todos os outros casos é tentativa e erro, não desistir nunca. =)

No mini-pantanal Tanquã as chances de fotos em vôo são grandes, os passeios de barco além de permitir mais proximidade ajudam quando as aves voam na mesma direção do barco, exigindo menos da “pontaria”. Porém como sempre vigora o conceito de velocidade, nesse caso estava quase no limite (1/1000), com um disparo mais lento que esse as chances de faltar foco são grandes.

Como não podia deixar de ser, “paciência” é um ótimo fator para esse tipo de foto, assim como conhecer os hábitos das aves, observar sempre, mesmo estando sem a câmera. Esse gavião-caramujeiro levantava de tempos em tempos em busca de mais um peixe, após algum tempo esperando consegui uma boa sessão de fotos. O que tem que ter em mente é que se houver 100 disparos errados se ganha experiência, aprendizado…e nisso a técnica e a pontaria irão sempre estar melhorando.

Por fim essa foto que gosto muito, momento de muita sorte ao presenciar essa disputa por comida. A rapidez da cena misturado com a adrenalina de quem assiste chegou a me desconcentrar, notem que fiz o disparo com 160mm! O ideal seria “esticar” mais a lente, porém a rapidez do ato tornava cada segundo precioso. Lembrando que os passos são, enquadrar, focar, clicar e torcer para a exposição estar no mínimo ajustável. Enfim, mais uma vez a velocidade de disparo e a pontaria ajudaram e pude então exagerar no corte. Aqui nesse artigo contei como foi esse momento.

Cada cena é uma, cada luz é uma, porém é sempre bom lembrar do seguinte:

1 – Velocidade de disparo

2 – Pontaria

3 – Para aves em bando se concentre em um indivíduo

4 – Aproveite de comedouros e bebedouros, são destinos certeiros das aves

5 – Respire fundo e aprenda com os disparos errados

O resto é treino, paciência e perseverança! Errar até acertar e não desanimar. Se ficou alguma dúvida é só nos avisar!

Abraços e bons cliques!