Continuando a aventura “cerradeira” no terceiro dia resolvemos ir na parte alta da Cascadanta para curtir a água e quem sabe ver o Pato-Mergulhão, que segundo relatos também já foi visto por lá. Depois de um pequeno engarrafamento dos caminhões da obra chegamos na entrada do Parque e demos uma paradinha. O canto rasgado e repetitivo atrás da casa chamou a atenção e não deu outra, era o bico-de-veludo:
Mas queríamos estar no alto da Serra o mais rápido possível, subimos então e após a confusão da obra a paz começou a se estabelecer, um carcará descansava antes de caçar um petisco no cerradão:
Demos uma paradinha na Nascente Histórica, mas nesse dia estava mais calado ainda, a não ser por um orelha-violeta que cantava freneticamente:
Outra parada no Curral de Pedras, tentamos a corruíra-do-campo, que pela lista do Carlos Veríssimo havia sido vista ali, mas nesse dia definitivamente não estava (ou não quis aparecer). Seguimos o caminho com algumas paradas para fotos da vegetação:
Eita lugar bom para fotos, em cada canto uma paisagem clamando pra ser fotografada, falta de luz não é problema com o Sol inclemente que arde por lá:
Chegamos perto do ponto que havíamos visto o casal de veado-campeiro e para nossa surpresa estavam no mesmo lugar, dando o mesmo mole:
E dá-lhe paisagem…essa flor é bem comum em cerrado, acredito que é uma espécie de sempre-viva:
“Galito por todo o parque”:
Outra ave linda que adora os campos de cerrado é a patativa, bem comum por ali:
Por fim, água! Muita água e da gelada. Essa parte da Casca Danta é fantástica, seja pela formação e tipo da rocha ou pela água cristalina que desce Rio abaixo. A sensação de estar isolado do mundo que o lugar proporciona é única.
Mas pela expressão da Chris da pra ver que o Sol lá não é de brincadeira, o que reforça a vontade de entrar na água, nem que seja para um mergulho rápido nas geladas águas de Julho:
Muitos coachos que se ouvem hoje por lá devem ser dos sobreviventes dessa turma:
Duas espécies de aves que ficaram o tempo todo ali foram a maria-preta-de-penacho e o joão-pobre, esse último ficava bem próximo a água e a Chris não perdoou, fazendo essa foto que gostamos muito:
Saímos da água e fomos dar uma volta perto da casinha que tem por lá, sem procurar muito vimos o baiano e um trinca-ferro:
Mas para nosso infortúnio o fim de tarde foi chegando, com ele os mosquitos (bom para o joão-pobre). Subimos de volta bem devagar com o Celta guerreiro, só parando no caminho para ver esse gavião-de-rabo-branco:
E uma codorna-amarela. Aliás, essa codorna mostrou mais uma vez a importância de dirigir o mais devagar possível na Serra, pois em cada cantinho pode ter vida. Vimos um movimento na beirada da estrada e paramos, esperamos alguns minutos e depois dela botar a cara para fora umas duas vezes atravessou toda desconfiada para o outro lado do mato:
Terminando assim mais um dia por lá, detalhe para as várias “esculturas” de pedra pelo caminho:
Chegou então o dia de ir embora, tomamos o café e decidimos atravessar a Serra saindo em Sacramento, depois a vicinal até Igarapava e Anhanguera até Campinas.
Mas antes disso havia um beija-flor por lá que não constava registro no Wikiaves para São Roque, fizemos nosso papel marcando o bicho no lugar, o legal é que esse também foi na Pousada VL:
Tudo certo, café tomado, estrada esperando. Para não perder o costume demos uma parada rápida na entrada do Parque, vimos o campainha-azul, periquito-rei e o bico-de-pimenta:
Outra que apareceu para colorir o cenário foi a saíra-douradinha com seu colorido único. E o melhor, sem playback. Essa parou pra comer um pouco dos frutos dessa embaúba:
Mas a estrada nos chamava, nos despedimos dos guardas e seguimos a sina dos 20 Km/h. Já começava a dar aquela saudade de casa (não sei se mais pela casa ou para poder editar as fotos feitas), mas ali é complicado, como não parar para registrar esses pica-paus?
Ou paisagens desse tipo:
Nessa longa estrada da vida, vou clicando e não posso parar:
Mas como dito é difícil, quem tem coragem de não parar com um bicho desses bem perto da estrada?
É complicado, lugarzinho “mais ou menos”, como dizem por aí. Mas não podíamos brincar muito. São uns bons quilômetros até a outra saída e se continuássemos a 20 km/h iríamos chegar só a noite do outro lado, resolvemos acelerar mais um pouco, fomos para 22 Km/h.
Depois da metade do caminho demos uma parada para lanchar e ouvir novamente o silêncio da Serra. Definitivamente dá uma vontade enorme de montar uma barraca e ficar por ali, a sensação de paz é inigualável.
Depois de relutar um pouco seguimos viagem, dessa vez parando para ver outro bico-de-pimenta e um canário-do campo:
E um carcará que acreditamos se sentir ótimo por viver onde vive:
Depois disso a vegetação começou a dar sinais de mudança, os campos já não eram os mesmos. Assim como nosso animo já não era o mesmo. Na verdade a Chris já estava com uma rinite alérgica há 2 dias, bem certo que pela grande poeira das obras na Serra. Mas ao mesmo tempo estávamos muito contentes pela viagem, por ninguém se machucar e pelas 14 aves novas que registramos.
Para finalizar, no último pedaço de cerrado nativo a ave símbolo de MG e bem típica do cerrado cantava lindamente bem perto, na nossa mente sonhadora acreditamos muito que ela nos desejava boa viagem, desejamos vida longa para ela e deixamos esse lugar fantástico e que com certeza contaremos mais histórias:
No vídeo abaixo alguns momentos memoráveis, memoráveis mais pela sensação que nos trazem do que pela qualidade, já que foi tudo filmado na mão, no calor.
Relutamos em postar, mas foto-naturalista amador não tem muito o que perder, rs…
Esperamos que gostem…