RPPN Vale Encantado

Uberaba – MG é famosa pelos excelentes queijos e doces, mas dessa vez não poderia ser diferente, fomos atrás das aves. Após pesquisar uns registros no Wikiaves falamos com o super-bacana Renato Rosa que mora na cidade e que prontamente se disponibilizou para nos acompanhar por uns lugares interessantes.
Animamos muito quando ele disse que iríamos visitar a RPPN Vale Encantado, 38.13 ha com bons trechos de cerrado, além de cachoeiras belíssimas e paisagens singulares. Mas dessa vez o foco eram os alados.
Acordamos bem cedo e saímos de Ituverava, logo cruzando a ponte sobre o Rio Grande e parando num posto já em MG para um “cafezim”. Circundamos Uberaba pelo lado direito e encontramos o Renato num ponto combinado. Rodamos então uns bons quilômetros de estrada de terra para chegar na propriedade. Fomos num trecho onde ele disse ter visualizado umas espécies legais, entre elas o tão sonhado papa-moscas-do-campo e o galito, que até então só havíamos visto em foto.

Descemos num ponto e logo um bando de bico-de-pimenta passou por nós fazendo uma barulhada, sendo esse um deles:

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Ali perto, um canário do campo nos observava, enquanto fazíamos o mesmo:

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Continuamos na estradinha e entramos num pequeno trecho com mata nativa e que estava bem encharcada. De fora ela parece menos alta do que quando se está dentro dela:

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Mas nada da dupla galito e papa-moscas, enquanto isso Renato dava umas aulas da Biologia do lugar, nos contando detalhes interessantes sobre plantas, como o musgo-do-mato abaixo, que demora bastante para crescer e gosta de ambientes alagados/encharcados:

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Saímos para outro trecho já que os procurados não apareciam, mas opa…uma vocalização familiar (do tanto que ouvimos no gravador), era um bandinho do pequeno e lindo papa-moscas-do-campo, tocamos uma vez o som e não precisou mais, ficaram nos rodeando e nós sem saber onde clicar, hipnotizados pelo silêncio só cortado por uma brisa mansa e o canto dos bichinhos:

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Vale repetir os adjetivos pequeno e lindo, é impressionante o tamanhico e fragilidade dessa ave, mas para piorar essa espécie enfrenta graves problemas devido a perda de habitat, enfim, nessa reserva pareceram bem a vontade e seguros, que assim continue, Amem…

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Em voo:

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Nos sentimos gratos nessa hora, era uma vontade grande sendo realizada, mesmo o galito não aparecendo saímos bem contentes do lugar e rumamos para outro lado da propriedade, onde o Renato tinha visto uma juruva-verde. Na verdade fomos para a sede da Fazenda, onde servem comida e área de camping por preços interessantíssimos, na foto abaixo vemos o nosso amigo/guia/easy rider Renato:

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Só esquecemos que o almoço tinha que ser agendado. E pelo fogão de lenha deve ser aquele almoço.
Após um papo com o simpático dono da propriedade fomos dar uma volta numa trilha ali perto para tentar ver a juruva, mas sem sucesso. O que nós 3 acreditamos muito ter ouvido foi o tangarazinho, ficamos de ir novamente para tentar encontrar essa outra belezinha. Quem também apareceu foi o surucuá-variado. Mas ficou bem no alto e escondido, naquele contra-luz do meio dia. Impossível fotografar.

No caminho de volta vimos um bando misto de patativa, papa-capim-de-costas-cinzas entre outros. Não deixaram chegar muito perto, ou nossas lentes não alcançaram e eles estavam na distância que era para ser, de qualquer modo segue fotos:

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Antes de partir para Igarapava saímos de Uberaba com um enigma; urubu-de-cabeça-vermelha ou de cabeça-amarela?

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Após o famoso almoço no Bar do Canoa em Igarapava já no meio da tarde fomos para o Mato das Frutas, pra variar. Passamos na sede da Fazenda e nosso amigo Carlos não estava por lá, então tomamos aquele gole de café digestivo e descemos para a beira do rio, que na área pelo alagamento está bem propício para quem curte pescar.

 

Mas mudando de peixe para ave logo que chegamos vimos o gavião-caramujeiro fazendo um lanchinho da tarde, num poleiro também muito usado por um socó-boi:

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Pica-pau-verde-barrado rondando por ali também:

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Não andamos muito e percebemos movimento numa moita, nos aproximamos e era outra figurinha do local, o papa-formiga-vermelho, dessa vez uma fêmea:

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Que ficou dando mole na hora:

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A flora ali é bem interessante, uma mistura de cerrado com pequenas ilhas de mata em recuperação, pena que o foco dessa vez não foram flores. Mas segue uma para não passar em branco:

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Finalizando o dia, outro bem frequente no local estava tomando os últimos raios do Sol:

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Para fotos de pôr-do-sol a paisagem do lugar ajuda muito. Nessa da esquerda tem um dos vários troncos secos que servem de poleiro para várias aves, mas quem manda no lugar mesmo é um bando de gavião-caramujeiro:

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Salto brusco entre o lusco-fusco e o raiar do dia seguinte, lá estávamos na zona rural de Buritizal, pequena cidade entre Igarapava e Ituverava, não sei se mais para ver aves ou pela saudade do lugar, mas lá estávamos. Enquanto descíamos para o vale onde fica a Estância um movimento num mourão nos chamou a atenção, era um pica-pau-do-campo numa ocasião inusitada (pelo menos para nós):

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No alto o carcará passava:

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Já no pasto a seriema desfilava:

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Mas sem dúvidas a estrela da manhã foi o pica-pau-de-topete-vermelho, que depois de pularmos cerca (no sentido literal) para lá e para cá conseguimos registros do topetudo:

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Enquanto fotografávamos o pica pau, fomos surpreendidos ‘pela alma’. Inquieto que só, dá um trabalho pegar o danado “no limpo”!

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Trecho da estrada antes da subida:

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Outra joia do lugar que está quase ameaçada é a jandaia-de-testa-vermelha. Sempre vemos 3 indivíduos nessa árvore, no meio do caminho. Nessa foto os outros dois tinham saído momentos antes, no fundo o bezerro pasta tranquilo no vale:

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A fome foi apertando e fomos subindo a serra, não antes sem tentar umas fotos de aves que nunca havíamos visto juntas: graúna e gavião-de-rabo-branco:

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As graúnas vazaram assim que nos aproximamos, deixando o rapinante sozinho:

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Que não demorou e também saiu com estilo:

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Na manhã seguinte demos uma passada rápida na beira da represa em Ituverava pois logo após o almoço íamos pegar estrada de volta à Campinas. A intenção era ver os tizius e seus pulos acrobáticos, mas encontramos primeiro duas pombas tranquilas e nada acrobáticas, ao que tudo indica um casal:

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Seguimos para o ponto dos tizius mas num dos coqueiros escutamos um papo de psittacideo que chamou a atenção. Para nossa grande surpresa, um bando de maracanã-do-buriti se alimentava calmamente e nem deu bola pra gente… Deu tempo de fazer fotos e observar a comilança:

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Interessante ressaltar que enquanto uns comiam um outro indivíduo ficava sempre de guarda, atento para qualquer ameaça, e claro, ficamos contentes por entender que não éramos uma:

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Por fim um cafuné por ter comido tudo:

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Ficamos um tempo observando e logo foram embora, em breve seríamos nós os que iríamos deixar Ituverava rumo a Campinas.

Deixamos o agradecimento para o Renato Rosa e a sugestão para o pessoal de conhecer a RPPN Vale Encantado em Uberaba/MG. Seja para aves ou para passar um dia numa cachoeira o lugar tem um potencial excelente.

 

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Chris Dornellas

Chris é fotógrafa e publicitária e entre uma coisa e outra também cuida desse blog. Quando não está na frente do computador se aventura para algum meio de mato, atrás de novas fotos e histórias. Devoradora de bons livros e chocolate meio amargo, também aprecia uma boa prosa e novas amizades.

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